“Meu maior amor”, que lamentava (ou celebrava?) o término de um relacionamento através da canção do grupo Os Cariocas, se colocou na história como uma das músicas do disco de vinil Carnaval em long playing, lançado originalmente em 1951. Sem equívocos, podemos adotar o título do som como uma representação do sentimento de milhões de brasileiros em relação aos famosos “bolachões”, que estreavam em território nacional através da coletânea. Gravado e distribuído pela Sinter, o LP marcava o início da trajetória dessa mídia no país que, após 70 anos, continua vendo esse setor extremamente forte.
Assim como explicamos anteriormente, a composição que abriu esse mercado por aqui não era nada fora dos padrões da época, mas marcou o início de uma era apaixonante, seguindo as letras da maioria de suas obras. Foram elas:
LADO A
1. Ela (Arnaldo Passos e Osvaldo Lobo)
Intérprete: Geraldo Pereira
2. Marcha do neném (Klécius Caldas e Armando Cavalcanti)
Intérprete: Oscarito
3. Vida vazia (Arlindo Borges e Paulo Marques)
Intérprete: Heleninha Costa
4. Morena de Copacabana (Claribalte Passos)
Intérpretes: Irmãs Meireles
LADO B
1. Meu maior amor (Fernando Martins, Ismal Netto e Vistor Rimon)
Intérpretes: Os Cariocas
2. Tamanduá (Evaldo Ruy e Max Nunes)
Intérprete: Neusa Maria
3. Cuba libre (César Ladeira e César Siqueira)
Intérprete: Marion
4. Arrependimento (Domicio Costa e Roberto Faissal)
Intérprete: César de Alencar
Apesar de constar como uma novidade nas prateleiras de mercados nacionais, a mídia não era tão recente fora do país, mesmo que, ainda hoje, não haja um consenso sobre o nascimento desse modelo. De qualquer forma, um levantamento produzido pelo Universo do Vinil estima que a apresentação da nova mídia tenha ocorrido entre 18 e 21 de junho de 1948, no hotel Waldorf Astoria, localizado no estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O artigo ainda crava que, ao contrário da história popular, “(…) não foi Frank Sinatra que fez a primeira gravação de um LP. Na verdade, seu disco The voice of Frank Sinatra foi o primeiro a ser comercializado no novo formato”.
Após 70 anos, como está o mercado de discos de vinil?
A venda de LPs ao redor do mundo vem de uma crescente contínua, conforme indica a Recording Industry Association of America (RIAA). Segundo a entidade, a comercialização de discos de vinil gerou mais receitas, nos Estados Unidos, do que a de CDs pela primeira vez desde 1986. Em números brutos, isso representa um montante de US$ 619,6 milhões, ou R$ 3,5 bilhões na cotação atual.
No Brasil, esse cálculo sofre diversas variações, principalmente por conta de algumas particularidades do cenário nacional, que gira em torno de produtos usados. Mesmo assim, varejistas identificam uma alta no setor, com uma variabilidade de consumidores tão grande quanto na “era de ouro” dos bolachões.
Se quiser conhecer mais sobre a comercialização de discos de vinil em território nacional através desses 70 anos, leia nossas entrevistas sobre a trajetória dos empreendedores Luiz Calanca, da Baratos Afins, e Walter Thiago, da London Calling, ambos donos de duas das lojas mais tradicionais do país especializadas nesse meio.
Quer saber mais sobre a história do vinil no Brasil?
Continue acompanhando a nossacaixadediscos.com para receber atualizações sobre esse e diversos outros temas relacionados ao universo musical.
Imagem em destaque: Divulgação/ Skitterphoto via Pixabay.