Não existe um amante de música que não adore apreciar um bom som acompanhado por um prato excepcional. Entretanto, nenhum deles equilibra essas duas vertentes tão bem em sua vida quanto Henrique Fogaça. Roqueiro nato, o chef possui em seu currículo:
- Um prêmio da revista Veja SP na categoria chef revelação, em 2008
- Um prêmio da revista Prazeres da Mesa, na mesma categoria, em 2009
- Um prêmio da revista Paladar, do Estado de S. Paulo, na categoria melhor carne de porco, também em 2009
- Um prêmio men of the year, da revista GQ, na categoria gastronomia, em 2015
Seu lado musical pode não ser tão condecorado, mas prova que essa cultura está intrínseca em sua vida. Em entrevista a Gastão Moreira, falou sobre sua vida na cozinha e no estúdio.
Skateboard na veia, rock’n’roll até a alma…
Apesar de estar afastado de atividades físicas como o muay thai por problemas físicos, Henrique Fogaça revelou que ainda se arrisca no skate para acompanhar sua cria. Ele conta: “(…) dou um rolezinho [de skate] com meu filho, de leve. Eu sou old school, né, mano?”
Segundo ele, esse hábito está diretamente relacionado a seu paladar musical, que é composto por referências como BSBH e Grinders. No entanto, durante sua infância essa composição era bem menos nichada, sendo composta por AC/DC, Iron Maiden e outros grupos do gênero.
Pouco depois, aos 12 anos, sua vida seria alterada completamente após finalmente conhecer o estilo punk. Segundo ele: “(…) foi onde pegou mais na veia, porque é um som mais cru e eu entendia as letras, a contestação. Comecei, de uma certa forma, a criar o meu caráter (…) e alguns valores”.
Do it yourself
A filosofia punk foi essencial para moldar pontos dentro e fora de seu ambiente profissional, conforme ele próprio afirmou ao programa de Gastão Moreira. Dessa forma, o chef sentiu a necessidade, logo cedo, de externar seus sentimentos, e usou a música para isso.
Consequentemente, aos 16 anos Henrique Fogaça participou de sua primeira banda, inicialmente como baterista. Nesse período, também passou a consumir o grupo Distúrbio Mental, um dos pilares do punk do interior paulista, e aprendeu a idolatrar Kelsen Renato Bianco, que viria a se tornar seu amigo no futuro.
Henrique Fogaça e Oitão
Acha sua agenda muito lotada? Além de chef de cozinha, Henrique Fogaça se descreve como empresário, skatista, apresentador, jurado e finalmente, cantor. Desde 2008 é vocalista da banda Oitão, que expele agressividade através de letras críticas e bem construídas.
Segundo o músico, suas obras buscam explicitar o que muitos ignoram. Ele diz: “Eu abordo (…) uma questão política, social, que todo mundo tapa [os olhos] com uma venda para não enxergar. Cada esquina tem gente morrendo de fome, miséria, enfim…”.
Ele ainda conclui afirmando que suas obras podem não solucionar os problemas que criticam, mas são: “(…) uma válvula de escape para mim. Eu não vou resolver os problemas do mundo, mas eu me sinto bem conseguindo protestar e trazer essa energia para dentro da banda”.
Imagem em destaque: Divulgação/ Henrique Fogaça.